Um druida? Um alquimista? Quem foi Merlin, o famoso mago das histórias do Rei Artur?Merlin não era alquimista. Alquimia é uma palavra de origem árabe; essa ciência só floresceu na Europa após a conquista islâmica da Península Ibérica (século X d.C.). A Alquimia contém vários elementos culturais e religiosos judaicos e muçulmanos – que nada têm a ver com a cultura celta, de onde surgiram as lendas arturianas.
Merlin também não foi um druida. Quando as primeiras lendas sobre o Rei Artur começaram a circular, por volta do século V d.C., o Druidismo já havia desaparecido da Bretanha, devido à perseguição romana aos druidas no século I d.C.
Sim, lendas. Não há qualquer evidência ou prova da existência histórica do mago. Merlin é um personagem mítico da cultura celta romanizada. Suas primeiras lendas podem ter surgido no início da Idade Média, mas só se consolidaram na forma como as conhecemos hoje, com o nome latinizado Merlin e associadas ao mito do Rei Artur, a partir da obra Vita Merlini, de Geoffrey de Monmouth, em 1132 .
Como mito, Merlin pode ser uma pálida lembrança medieval do poder e do prestígio que os druidas um dia tiveram na Antiguidade. Mas para o historiador e folclorista Jean Markale (autor do livro Merlim, o Mago), as lendas de Merlin (assim como as demais personagens arturianas como Viviane/Nimue, Guinevere, Lancelot) são reminiscências de lendas de Deuses e heróis celtas. Em um de seus mais brilhantes trabalhos, Markale interpreta com paixão a importância desses antigos mistérios e conduz o leitor a uma jornada quase xamânica rumo aos paraísos celtas – de Avalon a Tir na Og.
Para saber mais, procure o livro:
MARKALE, Jean. Merlim, o Mago. São Paulo: Paz e Terra, 1989.
Seja persistente. Procure nos sebos e bibliotecas públicas. Trata-se de um livro antigo, que nem aparece mais no site da Editora. Este livro de Jean Markale também tem edições em inglês e francês, que são mais facilmente encontradas em livrarias internacionais.
Boa sorte e boa leitura!
Marcadores: Alquimia, Avalon, celta, cultura celta, druida, druidismo, Geoffrey de Monmouth, Guinevere, Idade Média, Jean Markale, Lancelot, Merlim o Mago, Merlin, Rei Artur, Tir na Og, Vita Merlini
“A face do Império Romano foi alterada após a morte de Nero. Os gauleses, vizinhos dos romanos, revoltaram-se. Os celtas não estavam calmos; muitos desejavam o poder soberano, os exércitos almejavam a revolução esperando que, com isso, fossem favorecidos.”
JOSEPHUS, Flavius. Seleções de Flavius Josephus: Histórias dos Hebreus. São Paulo: Madras, 2005. pp.134
Este comentário foi feito pelo historiador judeu Flavius Josephus (Flávio Josefo), que nasceu em 37 / 38 d.C. em Jerusalém, e aos 26 anos de idade integrou uma comitiva que foi a Roma, onde conseguiu a libertação de alguns sacerdotes judeus, por intermédio de Popeia Sabina, a esposa do Imperador Nero. Josefo acompanhou toda a agitação política de sua época e região, inclusive o cerco e a queda de Jerusalém em 70 d.C.
Flávio Josefo é fonte histórica primária e uma referência para todos os que desejam entender melhor não somente a história dos hebreus e o início do Cristianismo, mas também o Império Romano e sua relação com os povos dominados.
Postagens mais recentes Página inicial